quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Os Dálmatas


Hoje, como prometi há dias, vou falar do meu amigo Picasso, um belo exemplar da raça. Ele foi para a quinta para acasalar com a Lira, depois voltaria para o dono mas, quando chegou à sua antiga casa, o dono mostrou vontade em se desfazer dele, por isso, voltou para a quinta onde aprendeu a ser livre. Viveu, não sei quantos anos, preso a um atrelado, tinha as unhas enormes e quando se viu livre, como não sabia viver em liberdade, corria e saía da quinta constantemente. Um dia causou estragos numa viatura que passava na estrada e a partir daí, aprendeu a lição e nunca mais saiu. Vai apenas marcar o território perto do portão e entra imediatamente. Está velhinho, surdo, cego e tem imensas dores nos ossos, penso que se deve à vida que levou, anos preso a um atrelado. É feliz, brincalhão e já não se zanga quando está a comer, quando chegou à quinta o meu dono ou dona não podiam chegar perto dele quando estava a comer, ele ameaçava morder, mania que perdeu passado poucos dias de lá estar. Vive na quinta há alguns dez anos e todos o adoramos. 
 
 O Picasso

A Lira (morreu este ano com cancro)
 
 
Os dois num carnaval numa escola do norte,  o tema foram os 101 Dálmatas. Eles adoraram e os meninos também. Faziam um lindo casal. Há por aí filhotes deles que os meus patrões deram, a maior ninhada da Lira foram 19 filhotes, deram, não venderam porque eles dizem que nós, animais, não somos mercadoria.
O Picasso é o mais mimado da quinta porque, dizem os meus patrões, é velhinho e por isso precisa de muito mais miminho e, além disso, teve uma vida difícil até ali chegar.
Brown Maria